No início do século XVI navegadores ibéricos, por falta de conhecimento geográfico, passaram a designar genericamente toda a costa atlântica africana e seu interior imediato como da Costa. De lá, através dos intercâmbios comerciais de especiarias, mas, principalmente, através dos negros escravizados, chegava ao Brasil um sabão consistente, as vezes em pó, comum em todos os mercados populares em diversos países do continente. Era o Sabão-da-Costa, ose dudu em idioma yorùbá, que literalmente significa sabão negro. Associado a ervas secas, especiarias, azeites, óleos, pós vegetais, minerais, ossos e sangue de diversos animais, e uma infinidade de elementos, seu uso ganha caráter terapêutico e mágico através das mãos habilidosas dos praticantes das religiões dos Orixás, treinados em estabelecer e transmitir axé - a força transformadora da vida.