Este livro tem como objetivo debater as relações de trabalho existentes no meio rural brasileiro desde o final do século XIX, final do império, até 2013, especialmente nas atividades agropecuárias ligadas ao agronegócio e que, em sua grande maioria, vêm usando o trabalho de parceria em substituição às relações de trabalho assalariadas. São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santos, Bahia, Pernambuco, Goiás, Pará, Piauí, além de outros estados vêm utilizando a parceria nas culturas de café, cana de açúcar, fumo, algodão, seringueira, cacau, pecuária leiteira e de corte; culturas brancas (milho, arroz, feijão, mandioca, dentre outras). Na Mesorregião do Sul Baiano a parceria vem substituindo o assalariamento nas pequenas, médias e grandes propriedades rurais, principalmente nas fazendas de cacau e seringueira, desde que iniciou a terceira grande crise da cacauicultura baiana no final da década de 1980. Diversas modalidades de parcerias são utilizadas hoje em dia nas culturas definidas acima, mas as parcerias agrícola e pecuária se destacam em relação às demais. Nas propriedades cacaueiras, um pequeno grupo de produtores rurais vem se destacando no uso de uma nova modalidade de parceria, a qual denomino de nova parceria, implementada a partir da promulgação da Lei 11.443/2007. Essa nova modalidade prioriza as variáveis: econômica, social, educacional, ambiental, saúde, infraestrutura, legislação e órgãos de classe. Esse conjunto de variáveis compõe a sustentabilidade dos negócios das fazendas. A nova parceria apresenta características capazes de permitir uma convivência saudável entre os parceiros proprietários e trabalhadores.