Entre os muros da USP, um crime inconfessável é o ponto de partida para uma trama labiríntica em que um bem construído elenco de personagens - da vítima à mente criminosa, do delegado investigador ao professor chocado, todos com suas fragilidades, vaidades, medos, erros e acertos - forma um conjunto extremamente humano e simbólico da sociedade contemporânea. Este é o mote de Alice: Não mais que de repente, do aclamado jornalista e cientista político Bernardo Kucinski. Sob a assinatura de B. Kucinski, ele dá forma a um romance policial ambientado na mais prestigiada universidade brasileira. No livro, uma jovem cientista é encontrada morta em sua sala, no Instituto de Ciências Físicas. Uma morte de causas não naturais, como logo percebe a perícia. E cercada de mistério. Alice Nakamura, a vítima, era considerada um gênio da matemática. Jovem, bonita e promissora, mantinha uma rotina sossegada, cujo foco era sua pesquisa: estava às vésperas de concluir uma importante descoberta. Não tinha problemas de saúde, inimigos, questões passionais. Era querida pelos colegas e pelos alunos. Não havia sinais de roubo. Por que, então, uma morte tão súbita? O que representa aquela tentativa de bilhete escrito a sangue, onde só se lê um esboço de letra "P"? Magno, um experiente delegado de polícia, assume a missão de desvendar o caso. Mas não é o único. Rogério, orientando de Alice, também busca, às escondidas, pistas sobre o suposto crime. Para isso, conta com os conselhos de Zimmerwald, um velho cientista banido da universidade, que agora leciona Arte. Juntos, vão observar com desconfiança as possíveis peças desse intrincado quebra-cabeça, como a estranha visita de um professor americano, as promíscuas relações no ambiente acadêmico e o passado de uma família de imigrantes japoneses que tiveram que readaptar, à realidade brasileira, os costumes de seu país.