A partir do estudo da figura do autor tradicional - cuja presença marcante ecoa nos meios de comunicação de massa um-todos, nas lojas e suas vitrines, nas coletâneas, nas "tardes de autógrafos", nas críticas, nos sites dos grandes portais, etc. - o presente estudo sugere que uma nova figura de autor/produtor se faz cada vez mais visível no ciberespaço. Essa figura, chamada por Alemar S. A. Rena de agenciador cibernético ou ciberagenciador - tendo como referência o conceito de agenciamento em Gilles Deleuze e Félix Guattari - se impõe como uma potência de vida, de invenção, de colaboração, de velocidade, de fluxo, de hibridação simbólica, etc., se opondo, em grande parte das vezes de forma não declarada e mesmo inconsciente, à centralidade da figura do autor tradicional, à elitização da produção, à elitização da propriedade intelectual e dos produtos da inventividade social. Ainda, é abordada e problematizada a condição de "obra" dos produtos inventivos que circulam na WWW, partindo do pressuposto de que a condição do novo criador - ou do ciberagenciador - está intimamente atrelada à nova condição da própria obra.