Gêneros teatrais voltados a um público amplo e que tinham a música como um elemento central foram protagonistas no cenário musical paulistano entre o final do século XIX e início do XX. Seu objetivo principal era entreter e divertir o expectador, contrariando o ideal da crítica teatral e musical então em voga, que expressava o anseio de regenerar o gosto do grande público por meio do incentivo ao drama lírico e à música de concerto. Apesar de cada um desses gêneros de teatro musicado possuir convenções e dinâmica de funcionamento próprias, a designação “teatro de revista” tornou-se referência e serviu para nomear uma gama maior de modalidades. Esta obra lança luz sobre o circuito de produção e difusão do teatro musicado e mostra como ele ocupou, antes do surgimento e da consolidação dos meios de comunicação eletrônicos, papel de destaque na produção e na divulgação da música no espaço urbano, contribuindo para a compreensão do panorama do teatro, da música e da cultura popular na cidade de São Paulo.