O livro dá continuidade ao trabalho coletivo de crítica historiográfica desenvolvido na última década face à proliferação de interpretações de processos históricos fundamentais através de uma chave amenizadora, conciliatória e em certo sentido apologética da ordem social. Nossa contribuição conecta-se a um debate internacional sobre o revisionismo na historiografia contemporânea, do qual fazem parte debates de temas canônicos, como as revoluções francesa e russa, ou os fascismos, e que envolvem nomes de autores como François Furet e Ernst Nolte, cuja releitura constitui parte de uma corrente cultural conservadora que ganhou hegemonia desde o último quartel do século XX. No Brasil o revisionismo está bastante desenvolvido como corrente influente da historiografia sobre a ditadura militar, mas também pode ser observado em outras temáticas, como nos estudos das reformas urbanas e das classes subalternas. O conjunto de ensaios presentes neste volume busca situar o leitor brasileiro na dimensão internacional da problemática. Aborda também algumas das principais controvérsias brasileiras.