O Teatro de Arena de São Paulo contou histórias e fez História como parte ativa na elaboração de um projeto estético e político que marcou particularmente a década de 60 no Brasil. Zumbi, Tiradentes (e outras histórias contadas pelo Teatro de Arena de São Paulo), a partir de uma análise dos musicais encenados pelo Arena nos anos 60, procura recapturar o sentido e a dimensão daquele projeto. Ao rastrear raízes e ramificações desta proposta, Cláudia de Arruda Campos recupera feições essenciais da história do Teatro de Arena, da trajetória dos co-autores de Zumbi e Tiradentes (Guarnieri e Boal), das tendências políticas e culturais que enformaram o tempo e o espaço social de que o Arena participa. Estudo de um teatro, ele também o é de uma época, proporcionando, numa dialética singular entre análise objetiva e engajamento subjetivo, um quadro incisivo do processo e uma evocação sensível do clima em que um grupo de jovens artistas de teatro pôde compor as imagens que são hoje parte indelével da história brasileira e que se gravaram em sua fisionomia cultural, sob o nome de Teatro de Arena.