Cidade: modos de ler, usar e se apropriar: a São Paulo do graffiti começa com os pés no asfalto, em meio a latas de spray, rolinhos e galões de tinta látex; em meio a uma diversidade de relações tecidas em uma cidade que exige um intenso (e extenso) deslocamento para percorrê-la. Corpos, tintas e movimentos se entrelaçam e, neste fazer, desenham nos muros ao mesmo tempo em que modificam simbólica e esteticamente o espaço urbano, nos devolvendo a questão: quem desenha na cidade, desenha a cidade? Esta foi a pergunta fundadora da pesquisa que originou este livro, realizada por Gabriela Leal (conhecida por muitos por Gabs Leal), e que teve como objetivo principal investigar os usos da rua das práticas de graffiti de São Paulo e as possibilidades de cidade que emergem nesta interação. Por isso, ao mesmo tempo em que as práticas de graffiti ocupam um lugar central enquanto foco de análise e reflexões, também são tomadas como uma janela para pensar (junto) e produzir conhecimento (...)