Ao longo de sua história, a Cabala assumiu grande número de aparências. Exprimiu-se inicialmente em sua tradição de origem, a hebraica; depois, diferentes adeptos a integraram progressivamente ao Cristianismo. Os cabalistas cristãos estabeleceram uma estreita reaproximação entre sua tradição religiosa e as antigas iniciações oriundas do culto aos Mistérios. Eles certamente deram uma nova face ao que se tornou a Cabala cristã e que podemos também nomear a Cabala hermética. A partir daí, os iniciados e os ocultistas se apropriaram dela e fizeram desta um verdadeiro instrumento de evolução espiritual. Essa herança cabalística se encontra hoje em certas escolas iniciáticas ocidentais e, às vezes, está presente de forma essencial-mente simbólica, como na Maçonaria. Ainda assim, ela é explicitamente utilizada, tanto como prática mística quanto como técnica ritual. É o caso, por exemplo, de certas correntes rosacrucianas ou teúrgicas. Numerosas práticas apresentadas nesta obra, tais como a da Rosa de Luz ou a da Roda Ardente, permitem realizar verdadeiramente a experiência desta viva tradição.