São 155 textos curtos. Um partido das mulheres sem mulheres; um deputado que discursa em defesa de um bombom; um senador que se apresta a nomear uma melancia; um presidente que troca Paraguai por Portugal e confunde Noruega com Suécia. É o que acontece em um lugar que ficou muito estranho nos últimos anos. Que país é esse? Ora, é o país onde o líder do governo no Senado fala assim: Se acabar o foro, é para todo mundo. Suruba é suruba. Aí é todo mundo na suruba, não uma suruba selecionada. Podemos chamá-lo então de O país da suruba, escrito pelo jornalista Ayrton Centeno. Usando a farsa como instrumento para contar onde estamos metidos, o autor singra as mesmas águas que outro jornalista, Sérgio Porto, navegou para recontar a explosão do bestialógico após o golpe de 1964. A história se repete agora e, claro, novamente como comédia. Ou, mais precisamente, como tragicomédia.