li de um gole grosso. literatura exigente: é preciso ir se deixando impregnar, dia por dia, durante um tempo. De um gole, sim, mas aos soluços, sopa de pedra, escrita automática surrealista no entanto, calculada, acaso por acaso. Poesia perturbada e perturbadora, exasperadamente autoral. Como lidar com tudo isso, de primeira, já que ler é sempre de prima, por mais que se leia e releia um texto desses, cheio de grãos, grânulos, granulomas: digerir? impossível. Quem escreveu com pitadas de perversidade e perversão, não deseja que seja lanjal o que se espreme, o que se exprime, mas que seja empanzinado, empanturrado, indigerível, na beira da torrente, do vomitório verbal, digamos assim.