Ronaldo Vainfas, Georgina dos Santos Silva e Guilherme Pereira das Neves (Organizadores) 2006. 430p. O livro aborda a construção do Império Português sob a égide de personagens tão díspares como Francisca Maria Teresa, negra forra e rica, e o revolucionário Marquês de Maricá. Retratos do Império: trajetórias individuais no mundo português nos séculos XVI a XIX reúne, em 24 textos, as experiências singulares de traidores e contrabandistas, militares e religiosos, homens e mulheres que, na metrópole ou nas colônias espalhadas pelo globo, formavam as várias faces do domínio luso daquela época. Organizado pelos professores Ronaldo Vainfas, Georgina Silva dos Santos e Guilherme Pereira das Neves, Retratos do Império reúne 24 textos sobre personagens da história do Brasil, em momentos cruciais. Entre eles, Henrique Dias, ¿governador dos negros e mulatos¿, general do Terço que, aliado aos luso-brasileiros, combateu os holandeses em Pernambuco, no século XVII. Ou mesmo figuras mais discretas, menos monumentais, como Inácio Monte, ¿rei negro¿ no Brasil setecentista. De personagens ¿marginais¿ a coletânea avança para alguns narradores sublimes: os beneditinos frei Domingos Loreto Coutinho, autor de ¿Desagravos do Brasil e glórias de Pernambuco¿, e frei Gaspar da Madre de Deus, de ¿Memórias da história da Capitania de São Vicente¿, além de um oratório magistral: Diogo Barbosa Machado, o grande colecionador da Biblioteca Nacional. De narradores laudatórios, o livro atalha para contrabandistas, hereges e traidores. Contrabandistas, como Joana d´Entremeuse, mercadora francesa. Hereges, como Manuel Baptista Perez, português, morador de Lima, marrano acusado de judaizante. Traidores, como o jesuíta Manuel de Moraes, que se passou ao calvinismo, justo no momento das guerras luso-flamengas do século XVII. Entre heróis, traidores e governantes, o livro revela um império de variadas faces.