\'O que faz com que uma cidade seja uma boa cidade?” pode parecer uma questão sem sentido. As cidades são demasiado complicadas, escapam em demasia ao nosso controlo e afectam demasiadas pessoas, que, por sua vez, estão sujeitas a demasiadas variações culturais, para permitirem uma resposta racional. As cidades, tal como os continentes, são simplesmente enormes factos da natureza, aos quais temos de nos adaptar. Este livro aborda essa questão ingénua, com todas as qualificações, estratagemas e dúvidas que em breve se tornarão evidentes. É comum as pessoas sentirem que a maioria dos locais urbanos são pouco satisfatórios – desconfortáveis, feios ou aborrecidos. Com excepção de apenas alguns fragmentos do mundo povoado: um subúrbio opulento, um parque elegante, uma cidade histórica, o centro vital de uma grande cidade, uma antiga região agrícola. Se conseguíssemos sistematizar os motivos que nos levam a sentir assim, estaríamos preparados para desenvolver mudanças eficazes. O objectivo desta obra é apresentar uma posição geral acerca dos bons aglomerados populacionais, uma posição relevante e responsável perante qualquer tipo de contexto humano, ligando valores gerais a acções específicas. Todos sabemos o que é uma boa cidade. A única questão séria a colocar é como atingir esse objectivo.