Em "Moda e sedução", José María Paz Gago, especializado em moda e literatura, acredita que nas sociedades do turbocapitalismo a moda é indústria, é comércio, é negócio e também tecnologia, presente na inovação da produção dos softwares para o design, nos processos de impressão, nos pixels necessários à sua transmissão e difusão, na sofisticação da logística de suas gigantescas cadeias de distribuição. A moda é sobretudo cultura e penetra tão profundamente nas ínfimas veias da cultura tornando impossível qualquer separação nítida entre ambas. O texto deste livro não segue a composição convencional da historiografia, na forma de ensaio, mas sim uma cronologia que traz à tona o desenrolar da moda no tempo, para culminar nas sociedades digitais pós-contemporâneas que, na vertigem de sua aceleração, nos fazem vislumbrar a muldimensionalidade espaço-temporal da moda. Assim, o autor propõe o abandono da moda como algo frívolo, efêmero, superficial ou vazio de sentido embasado na dimensão social, cultural e artística da moda e fundamenta três períodos distintos: Art-à-porter (1880- 1930); Prêt-à-porter (1930-1980); Net-à-porter (1980 à contemporaneidade).