O instigante título A única saída: o Paraíso leva-nos a uma viagem desde os tempos das conquistas marítimas pelos portugueses aos dias atuais. Os autores contextualizam o período da ocupação do arquipélago dos Açores e da Madeira, numa narrativa prazerosa e jornalística. Centrado nas Ilhas Terceira e da Madeira, Jandyr Côrte Real e Joares Carlos Ponticelli descobrem pérolas dos imigrantes do litoral catarinense. Algumas identidades curiosas e insólitas entre os habitantes de ilhas também se revelam na agradável leitura do texto. Conhecidas como éden dos turistas pelas belezas naturais preservadas até hoje, porque será que novos moradores ou visitantes que cobiçam ilhas como a Terceira, Madeira e a de Santa Catarina acusam os habitantes desses paraísos de atrasados culturalmente? Afinal não foram eles que de certa forma, diferentemente de outras cidades, conseguiram preservar a qualidade de vida e a alegria de se viver nessas Ilhas. Pessoas que não suportam mais o inferno em que conseguiram transformar as cidades onde moram ou moravam querem reproduzir aqui - bem como em lugares como a Terceira e a Madeira - a destruição do cenário natural de sua cidade de origem, acusando os nativos e subjugando sua cultura. A única saída: o Paraíso tem sua versão para essa injustiça histórica. As ilhas lembram-me também de uma ponte importante com a Editora Insular que há anos é uma das responsáveis pela vazão e a valorização de autores locais que nada devem a outros escritores. Então boa viagem, ou melhor, boa leitura!