A noção de crise de adolescência é em si mesma crítica, sob muitos pontos de vista. Quando se produz uma "rachadura" na evolução do adolescente, pode ocorrer que este desenvolva mecanismos de defesa psicótica "normal". Quando estes mecanismos são decodificados somente no sentido de uma evolução psicopatológica para a psicose, por um olhar nosográfico estreito, será muito grande, para o adolescente, o perigo de que a dialética dos mecanismos de defesa seja bloqueada e se congele em uma estrutura de tipo borderline. Uma polêmica aparece aqui: quais são as condições para que o bloqueio seja definitivo? A psicose se deve a uma crise de adolescência que foi mal encaminhada ou a uma crise de adolescência não efetuada por causa da fragilidade das identificações?