Em Dante, O Grande Iniciado - uma mensagem para os tempos futuros, o leitor poderá percorrer, iluminado pela erudição esotérica de Robert Bonnell, um fascinante percurso pela Obra de Dante Alighieri (1265-1321), desde Vida Nova, sua primeira publicação, de 1293, até a Divina Comédia, texto universalmente consagrado, que o poeta iniciou na maturidade de seus 40 anos para somente concluí-lo no seu derradeiro ano de vida. Poderia-se dizer que Dante, que fora condenado à morte em 1301 por motivos políticos que o obrigaram a fugir para seu exílio em Ravena, só aceitou mesmo morrer após haver cumprido a sua missão. Obra mestra do gênio de Florença, a Divina Comédia, muito além de um clássico da literatura latina, representa um dos principais legados de alquimia deixados à humanidade. São 14.233 versos decassílabos heróicos, agrupados em terças ou tercetos, a compor 100 Cantos; a obra toda equilibra-se em uma estrutura tripartite: além do Canto I, ou Prólogo, Dante dedica 33 Cantos ao Inferno, 33 ao Purgatório e 33 ao Paraíso, números não ao acaso escolhidos, haja vista os três elementos fundamentais da alquimia: enxofre, sal e mercúrio; também os três pilares da Árvore da Vida da Cabala e os 33 caminhos que servem de pontes entre as Sefirot, temas esses profundamente analisados pelo autor. A verdade é que Dante incluiu em sua Divina Comédia, como em uma catedral, toda a espiritualidade e a sagrada arquitetura esotérica de seu tempo. Expoente do medievalismo, a obra revela a filosofia, a cosmogonia, a psicologia e os costumes dos séculos XIII e XIV e, resgatando a mitologia clássica e fortemente inspirada na poética de Virgílio, constitui-se em um prenúncio do Renascimento, movimento que a partir de seu berço florentino, revolucionaria o mundo conhecido já no século seguinte