As vozes literárias em prosa e verso e as atitudes “femininas/feministas” da escritora Alfonsina Storni (1892 – 1938), que nasceu na Suíça e passou a viver na Argentina a partir dos quatro anos, são consideradas referências na América Latina. Mas sua obra Poemas de amor (1926), foco deste estudo, constituída de poemas em prosa, tem sido praticamente ignorada pela crítica e pouco analisada. De acordo com Nildicéia Aparecida Rocha, a escritora revela posições aparentemente contraditórias em relação à mulher naquele livro, transitando entre a visão tradicionalista e/ou a visão contestatória a partir da condição de feminista. Sua identidade “feminina/feminista” seria construída, assim, em meio a certa contradição da representação da mulher no início do século 20, a qual aparece tanto na poeticidade dos textos quanto nos aspectos de narração e argumentação e nos jogos de diálogo entre o eu e o tu poéticos e o leitor.