O livro é um "mergulho" no imaginário amazônico, com suas lendas, mitos e crendices, revisitados pelos caboclos-ribeirinhos da Costa da Terra Nova. Trata-se de um "mergulho" mesmo, numa clara alusão à citação que a autora faz de um texto de Gaston Bachelard (1988), quando utiliza uma passagem desse autor sobre a "poética da água" - "é o elemento mais favorável para ilustrar os temas da combinação dos poderes. Ela assimila tantas substâncias! Traz para si tantas essências! Recebe com igual facilidade as matérias contrárias, o açúcar e o sal. Impregna-se de todas as cores, de todos os sabores, de todos os cheiros" -, tudo isso, para reforçar o seu argumento de que a água, do rio e lagos do lugar, constitui referência mimética para um imaginário amazônico que nunca morre entre os habitantes da Costa da Terra Nova.