Tradição Oral e produção de narrativas é um livro em que o termo oralidade tem dois referentes: um é o da oralidade tal com a ela estamos habituados a pensar, em se tratando da realização oral da língua nas sociedades letradas. A esse sentido o autor recorre somente para construir, por oposição, o sentido que lhe interessa, o segundo, que, como explica muito bem, é, em verdade, o primeiro, sob o ponto de vista ontológico. Essa, então, é a oralidade "pura" em relação à não-vinculação com a cultura escrita. Essa oralidade é tratada no livro como Tradição Oral. A apresentação e o desenvolvimento dessas idéias fazem-se de modo leve e provocativo. O autor vai, numa escrita bem coerente com o que pensa, conversando com seu leitor, levando-o a "labirintos", fazendo-o refletir sobre questões complexas, para enredá-lo, conquistá-lo, ou, quem sabe, fazê-lo um pesquisador da área.