O livro Segurança pública e psicologia: bases para uma inversão epistemológica da intervenção que ora nos chega ­­ é publicado com a proposta de aprofundar discussões no campo que articula psicologia e segurança pública, a partir da epistemologia da complexidade e da transdisciplinaridade. Além de problematizar transversalmente em todo o livro o tema da intervenção, incita a um pensar sobre os desafios postos. A transversalidade nas experiências que articulam os dois campos problemáticos aqui elencados transborda os limites disciplinares e o livro propõe, em toda a sua extensão, uma análise crítica do ser e do habitar a cidade através de um discurso que revela uma posição acadêmico-política permeada pela construção de saberes transversais, aliados a experiências plurais, ao encontro das atuais políticas públicas de segurança. Neste sentido, cabe ressaltar que as nossas práticas, sempre locais e instáveis, são assim constituídas por um campo de conexões díspares. Agenciamentos, dos quais fazem parte a universidade, os programas de pós-graduação, a sociedade civil, os movimentos sociais, o Estado, as equipes de trabalho, as leis, os saberes. Na realidade, conexões que engendram acontecimentos, os quais produzem encontros (e desencontros) na cidade. O que há para ser feito, enfim, é investir nas problematizações das experiências. Deste modo, indico a leitura desta obra pelas rachaduras que ele nos convida a produzir.