É um mergulho na mente do sujeito contemporâneo. Sem perder o rigor teórico, a psicanalista e ensaísta Giovanna Bartucci aproxima o público não-especializado do campo da psicanálise e leva a teoria freudiana ao limite. Nessa reunião de ensaios, Giovanna busca referências de objetos da cultura, ou seja, da História, da Sociologia, da Literatura, do Cinema e da Teoria Literária para 'transformar uma percepção íntima em uma construção partilhável'. Algumas temáticas, trabalhadas pela autora já em 1985 em 'Borges - a realidade da construção', foram reinterpretadas neste livro e ganharam uma nova abordagem. A autora observa que, na sociedade pós-moderna, a constituição do sujeito 'será sempre a de um projeto inacabado', e que, neste contexto, a psicanálise corre o risco de perder sua força de subversão, tornando-se inoperante. É preciso, diz Giovanna, repensar a clínica psicanalítica em face aos problemas encontrados pelas subjetividades contemporâneas, em uma sociedade que vive na era da evitação, e não mais na do confronto. Em dois dos sete textos apresentados, Giovanna elege personalidades do mundo cultural - Jorge Luis Borges, na literatura; Pedro Almodóvar, no cinema.