Muito mais do que um livro de memórias, 1968, com os sonhos e pesadelos de Samuel Kilsztajn, é um verdadeiro passeio educativo. Com o coração e um apurado senso analítico, Samuel nos leva a percorrer os dolorosos “anos de chumbo” do Brasil no pós golpe militar de 1964, a partir de 1968. Vivenciamos todo um processo de formação acadêmica, a estruturação da carreira de um professor e as entranhas da carreira universitária. Outra marca presente no relato é a audácia, o reconhecimento da fragilidade do humano como força e ponto de partida necessário para a defesa da vida. Nesse sentido, a leitura é também uma experiência de aprendizagem para o leitor. Somos convidados a, juntos com o autor, “rodar o mundo” e “sem parar”, reconhecendo, como diria Paulo Freire, a importância de esperançar. E é isso que se destaca em Samuel e em seu 1968, sonhos e pesadelos.