Um grupo de jovens frades dominicanos de São Paulo se engajou na resistência à ditadura. Presos em 1969, a tortura levou um deles, o frei Tito, à morte. Outros três, porém, ficaram quatro anos na prisão e, mesmo assim, não deixaram de denunciar as entranhas desse regime. Mais um relato inédito e de inestimável valor histórico dessa via crucis vem a público agora com Diário de Fernando - Nos cárceres da ditadura militar brasileira, relato contundente do frei Fernando de Brito sobre o período. Com tratamento literário de Frei Betto, vencedor de dois prêmios Jabuti, as anotações clandestinas do frei Fernando mesclam episódios poéticos e dramáticos, sublimes e medonhos, vividos por quem teve a fé como arma de resistência. A trajetória dos frades une-se à de figuras de destaque hoje na história brasileira, como Marighella, Lamarca, Franklin Martins e Dilma Rousseff, entre outros.Eis um documento histórico, inédito, que esperou 36 anos para vir a público: trata-se do diário de prisão do frade dominicano Fernando de Brito, prisioneiro da ditadura militar brasileira, ao longo dos quatro anos (1969-1973) em que foi submetido a torturas e removido para diferentes cadeias. Fernando, em companhia de outros frades dominicanos, vivenciou algo inusitado em se tratando de presos políticos do Brasil: foi obrigado a conviver, durante quase dois anos, com presos comuns, em penitenciárias de São Paulo. Este diário retrata o verdadeiro caráter do regime militar que governou o Brasil entre 1964 e 1985, e traduz a saga de uma geração que não se dobrou à ditadura e a qual o Brasil deve, hoje, a sua redemocratização. Não se conhece similar entre as obras publicadas sobre o período.