O livro traz uma discussão contundente e contemporânea sobre o campo da Saúde Mental, focando-se na atuação do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e destacando os aspectos éticos inerentes a este dispositivo. Ao longo de três capítulos, aprofunda-se na temática da Reforma da Saúde Mental no contexto cearense; distingue conceitos como sofrimento, psicopatologia e dor; e realiza apontamentos éticos relacionados ao funcionamento do atual Sistema de Saúde Mental, à implicação das equipes de profissionais com o projeto-CAPS e seus usuários, à caracterização das demandas contemporâneas dirigidas aos serviços; inferindo a primazia da alteridade-loucura no Centro de Atenção Psicossocial. Em meio às demandas e produções subjetivas de um contexto social entendido como tardomoderno, o CAPS assume a responsabilidade pela compreensão, pelo acolhimento e tratamento de um sujeito historicamente excluído por sua relação com a loucura. A partir disso, os sujeitos implicados nesse processo, inevitavelmente, deparam-se com algumas indagações, tais como: Quais as dimensões éticas presentes no CAPS que subsidiam a atuação dos profissionais? Como essas dimensões éticas interferem na operacionalização do Sistema de Saúde Mental? A discussão realizada propõe criticamente o compromisso ético como elemento primordial, a partir do qual as práticas de Saúde Mental podem ser repensadas e reinventadas para o alcance de respostas mais pertinentes e consonantes com a experiência do outro-alteridade, cuja presença impõe-se de modo irrecusável aos atores participantes de um processo de mudança em permanente construção.