O Ensino da Filosofia da Educação como Arte da Superfície, originalmente uma tese de doutorado em educação, encerra um estudo crítico sobre o predomínio de posturas hierarquizadas entre a filosofia e a educação por parte dos professores de Filosofia da Educação. O aporte teórico é constituído por autores como Pagni, Gallo, Kohan, Deleuze e Foucault, dentre outros. A partir das três imagens de filósofos de Deleuze, problematizamos o predomínio entre as posturas filosófica e pedagógica no âmbito da Filosofia da Educação, apontando para uma maneira alternativa de pensar o ensino nessa disciplina, que não está pautada em imagens das alturas ou das profundezas, mas que, a partir dos exercícios ascéticos de Foucault, possibilita habitar a superfície como acontecimento. Com Foucault e Deleuze, utilizamos o método cartográfico na análise das narrativas docentes e a partir das linhas de segmentaridade analisamos a noção de bons encontros no intuito de buscar modos de subjetivação no ensino de Filosofia da Educação. Nesse contexto, através da criação dos modos de subjetivação, podemos experimentar outro modo de ser, viver e resistir a modelos de formação já instituídos. Ao buscar nas técnicas de si essa transformação através de uma inflexão sobre nós mesmos, possibilitamos experienciar novos modos de existência. Na tese, criamos uma narrativa ficcional onde o personagem principal (Perseu) em vez de se defrontar com o desafio da escolha entre enfrentar Cila (Filosofia) ou Caribides (Educação), prefere deslizar entre ambas sem sucumbir a nenhuma delas. Esta também é a proposta para a Filosofia da Educação como arte da superfície.