Demorou mas o Rio pode se orgulhar de seus ônibus. Ao menos este “Rio Circular: A Cidade em Pauta” – cuja capa recorda os antigos circulares da Zona Sul, nas cores azul, vermelha e amarela – oferece uma viagem segura, e ciente e prazerosa, ao traçar a cartogra a da cidade no se refere a sua história recente na literatura (sobretudo) e nas artes em geral. Aqui cabe lembrar o conceito linguístico de palavra-ônibus, para designar o uso, quase sempre coloquial, de vocábulos que aceitam diversos signi ca-dos. Entre outros, um exemplo é “bacana”, que veio do lunfardo portenho e aqui se aclimatou como um malandrono antigo Cais Pharoux. Pois este é um livro bacana. Um livro-ônibus, que engendra uma leitura polifônica do Rio e de seu imaginário