Tabula Rasa nos puxa de volta para a densidade da vida, para o espaço antes do mundo interpretado em que nos movemos sem sentir completamente. Leves ou Pesados, felizes ou terríveis, os motivos de seus poemas são sempre vitais, revelam experiências vividas com inteireza: tons azuis de uma melancolia imprevista vislumbrada em alguém; o sal, o sol e água puramente sentidos na praia,; um marzipã em forma de batatas; a brancura da parede nua; uma brisa fresca sentida como mística; a plenitude de um piquenique; faíscas de purpurina de uma aurora boreal; e também a dureza áspera de um mundo feito pedra; a triste oleosidade do sangue; o espírito que afunda no corpo como enjaulado em barro e carne. Como penas iridescentes da ave na armadilha, suas imagens trazem algo inquestionavelmente real do mundo vivo que o poeta apanha na trama de seus poemas.