'A Manha do Barão' reconstitui teatralmente a trajetória do jornalista gaúcho que, com a circulação do jornal 'A manhã' e a criação do seu personagem-tipo, o Barão de Itararé, acicatou durante meio século personalidades de ocasião, autoridades e instituições oficiais - todos tipos representativos que, segundo o autor, podem ser hoje facilmente identificados no emaranhado do cotidiano nacional. Na 'Manha do Barão', nada fica alheio ao humor corrosivo do personagem. Desde o ambiente sinuoso da nossa vida literária, passando pelo jogo pesado da ditadura 'iluminada' de Getúlio Vargas e as pretensões messiânicas de certo tipo de jornalismo de conivência - tudo é vivenciado e glosado pela mordacidade do humorista que foi considerado como um dos responsáveis pela desmoralização do Estado Novo, segundo o próprio Itararé.