O mal provocado por um criminoso não se esgota ou se limita à sua vítima. Ao ser preso e muitas vezes condenado, há uma outra espiral de danos que se alastra para os membros da família do criminoso. Relacionamentos são abalados, tensões familiares são aprofundadas, limitações materiais impostas, crianças e adolescentes crescem visitando pais atrás das grades. São questões quase que invisíveis para a sociedade. É em meio a essa invisibilidade, a esse silêncio, que esse livro contribui, em primeiro lugar, para ampliar a reflexão e o debate sobre a própria prisão de um modo geral. Em segundo lugar, inaugura o debate sobre a situação vivida pelas crianças de mulheres encarceradas. O foco do livro está na relação criança-mãe encarcerada. Sua reflexão nos desperta para a questão da organização emocional das crianças e dos efeitos sobre a sua formação psicológica e social tendo mães encarceradas e em meio a uma sociedade que deposita na figura materna papel de garantidora de sua proteção.