Depois da arrebatadora estréia na literatura aos 17 anos com Fugalaça – misto de ficção e autobiografia narrado por Satine, espécie de alter ego da autora que deságua na combinação sexo, drogas e rock’n’roll após perder o pai aos 11 anos –, Mayra Dias Gomes mergulha na ficção em seu segundo livro para narrar a história de Clara, uma moça solitária em busca de um laço humano. Abandonada pelos pais biológicos, largada pelo noivo no altar e órfã da mãe adotiva, Clara é uma garota em negativo. Vive uma existência suspensa, na qual os dias se arrastam sem motivação e o cotidiano é um ritual sem sentido. Marcada pelos abandonos que sofreu, é incapaz de se integrar na sociedade e coleciona noites insones. Quando enfrenta uma nova decepção amorosa, ela decide tomar as rédeas de sua vida e parte para a inóspita e sombria Bangônia, em busca de uma antiga e idealista amiga. Lá, além de Camille, Clara se depara com um mundo tresloucado de prostituição, tráfico e glam rock, reencontrando também sua própria juventude perdida e rompendo seus tabus. "Mil e uma noites de silêncio é o diário de uma garota que não existe. Uma narrativa onde todos são dúbios e a realidade se desenrola como um pesadelo. Neste seu segundo romance, Mayra Dias Gomes prova que não é apenas uma personagem, é uma escritora de imaginação delirante”, escreve Santiago Nazarian, que assina a orelha do livro.