Vencedor do Jabuti de 1965, este livro constitui um icônico documento histórico sobre a Lapa carioca Luís Martins conheceu a Lapa das noites boêmias, viu sua glória e sua decadência, o seu fastígio e o seu assassínio: a vitrola roubando o choro, o show da Urca roubando a atração, o microfone suplantando a cantora, o cinema em vez da carne viva, o café-em-pé matando o papo, o chefe da polícia lacrando as entreabertas portas. Luís Martins viu tudo isso e viu principalmente a fauna anônima da Lapa de mistura com os últimos boêmios, seus amigos, hoje consideráveis figurões. Viu a Lapa, amou-a, prendeu-a na gaiola de papel onde se prende esse fantasma de pássaro canoro, a saudade. A Lapa está neste livro, para sempre. Guilherme Figueiredo Noturno da Lapa, livro de memórias de Luís Martins, foi o ajuste de contas com a sua juventude. O autor, que não se deixou abater, retoma a narrativa do romance Lapa, que foi censurado durante o Estado Novo, agora por via da memória. Aqui, Luís Martins oferece ao leitor as crônicas de uma vida onde figuram personagens como Rubem Braga, Carlos Drummond de Andrade e Odylo Costa, filho. Não sem motivos, este livro levou o prêmio Jabuti de melhor livro de memórias em 1965.