O que você faria se fosse herdeiro de onze bilhões de dólares? Uma boa pergunta que tem uma eletrizante resposta em “O testamento”, o novo romance de John Grisham. O autor desenvolve a história da família Phelan — do patriarca, Troy Phelan, a seus estranhos herdeiros. Depois de escrever seu último testamento, o bilionário se suicida, iniciando uma batalha onde não faltam alcatéias de advogados, repórteres peçonhentos e uma família destroçada pela ambição e pelo dinheiro. No centro da trama está Nate O’Riley, advogado, alcoólatra, que tem de mergulhar em outra selva, o Pantanal Mato-grossense, e encontrar o verdadeiro destino da fortuna de Troy Phelan. Grisham escreveu “Testamento” este romance após uma longa estada no Pantanal Mato-grossense, quando esteve em contato com missionários religiosos americanos e com a vida selvagem daquela região. Além dos incríveis panoramas da vida natural que desenha em seu livro, ele, com muito humor, aspectos típicos da vida do brasileiro. No capítulo 38, por exemplo, ele explica o que é o despachante: “É parte essencial da vida no Brasil. É o homem que facilita tudo. Num país onde a burocracia é antiquada e lenta, o despachante é o homem que conhece os funcionários da prefeitura, dos tribunais, os agentes da alfândega”.TESTAMENTO,O 01