Pode-se considerar Colmando a lacuna como o derradeiro livro de poemas então inteiramente inéditos que Max publicou em vida. Poemas à amizade, à natureza, ao erotismo sempre, mas também poesia-anotação de viagens e um diário íntimo, dando notícia da decadência do próprio corpo e das primeiras mazelas da velhice. "Auto-retrato com colagem", "Não", "Koan da catarata" - é neste livro onde males e enfermidades lentamente vão ocupando o seu lugar no repertório do poeta. Aquele que um dia caminhou sob a luz é também aquele que agora, sempre pelas mãos da poesia, prepara o caminho para morrer. Colmando a lacuna é um livro-despedida. No posfácio de José Edison Ferreira, filósofo e amigo próximo do poeta, lê-se: "Foi durante esses longos anos com quem me senti mais despojado para falar de poesia, ao presenciar a maneira como nosso poeta encontrava para celebrar e sacralizar as pequenas coisas, pelo toque carinhoso de suas palavras, ao animá-las graciosamente". Colmando a lacuna integra a coleção da poesia completa de Max Martins, planejada em onze volumes, com organização de Age de Carvalho.