“As cores são ações da luz. Ações e paixões”, diz Goethe. E é à reverberação de significados desta frase, antes poética que científica, que se quer vincular o título deste livro de ensaios sobre Grande Sertão: Veredas e alguns contos e novelas de Guimarães Rosa. Efetivamente, num recurso interpretativo, alguns de seus textos, objetos aqui de análise, são colorizados. As cores estão também presentes nas fotografias de Germano Neto, que povoam estas páginas: que essas fotos cumpram sua função de suporte imagético para o mundo do sertão, na sua realidade poética e geográfica – mesmo que saibamos, com Riobaldo, que “sertão: é dentro da gente.” Sumário Introdução 1. Grande Sertão: Veredas e a “Psicanálise” de Riobaldo 2. O Quem dos Lugares: A Passionalização da Natureza em Grande Sertão: Veredas 3. “A Hora e Vez de Augusto Matraga” ou de como alguém se torna o que é 4. Erotismo e Transgressão. O Pathos amoroso em “Buriti” 5. “Dãolalalão” ou o Cântico dos Cânticos do Sertão: um sino e seu badaladal 6. Identidade / Alteridade / Destino: “O Homem do Pinguelo” 7. “O Recado do Morro” ou: um caso de vida e de morte 8. Vermelho, Verde e Amarelo: tudo era uma vez