O romance policial permanece como uma referência forte na atual narrativa romanesca, capítulo importante da Literatura Brasileira dos séculos XX e XXI. Acompanhando, como herdeira estética e discursiva, a saga iniciada por Conan Doyle, Agatha Christie, Ian Fleming, Rubem Fonseca e Luiz Alfredo Garcia-Roza, para citar apenas alguns, parece haver uma linha de tradição narrativa do romance policial na literatura ocidental. Como capítulo “nacional” desta linhagem, a presente obra de Embla Rhodes marca sua presença definitiva num cânone que pode ser constituído, tendo como perspectiva a narrativa policial, como aqui apresentada. Este é o cânone que cada leitor pode, por si mesmo, constituir, sem risco de incorrer em equivocados julgamentos de valor de uma pseudo-crítica, dita pós-modernista. Isto por que o prazer de ler Viagem ao sol, supera, em muito, esta estreita limitação que não deve ser levada a sério.As intrigas e o vai-e-vem de uma história policial encontram aqui um eco na análise cáustica que o autor faz de uma instituição considerada séria e circunspecta no Brasil: a universidade.