Uma elegia àquela paixão que em minuto algum pode se dissociar de sua origem física, carnal, sangüínea, humana. Com a virilidade, a independência e a ousadia de uma Virgínia Woolf, Jeanette Winterson mergulha na radicalidade daqueles que vivem em busca do amor ardente, no sentido mais dionisíaco da vida, daqueles que amam com as vísceras, com a carne, com cada centímetro do corpo. O livro Inscrito no corpo é um culto à anatomia da mulher amada, do cheiro, da forma e da cor de cada poro desta mulher, aqui uma mulher casada que não sente nada dessas coisas pelo marido, mas sim pelo amante, o narrador deste triângulo amoroso inglês. O narrador vive a brutalidade das ausências e viaja sempre para este território adorado e perdido: o corpo que lhe desencadeia todos os sentidos de vida e de morte.