"Ganhei este caderno da professora. Foi o prêmio pela poesia que fiz sobre o Brasil. A gente estava disputando a Copa. Ainda não era tetra, mas eu tinha certeza que ia ser. Acho que nunca vou saber que emoção é essa. Gol de cabeça... Minha cabeça não foi feita para fazer gol. Minha cabeça é uma máquina de ficar pensando. Como agora. Custei a dormir, imaginando que a Maria Laura um dia vai descer do morro. Vai virar modelo, atriz de tevê. Comprar um carro coreano, casar com um doutor. E eu, o que será de mim?" Essas são as confissões que o menino José Carlos escreve em um caderno, um caderno de segredos. Nele, o garoto conta suas dúvidas, pensamentos, esperanças, ao mesmo tempo em que deixa transparecer suas impressões sobre os craques da seleção brasileira, o novo presidente, a troca de moeda... E também sobre seu trabalho no clube, seus amigos e Maria Laura, seu amor.