Foi há bons anos... A sessão ordinária da 16ª Câmara no plenário do extinto Tribunal de Alçada Criminal, sua sede costumeira, estava ainda nos seus albores, naquela inesquecível quinta-feira. Seguindo a praxe, julgavam-se inicialmente os habeas corpus. Eu era o presidente relator do caso seguinte. Apregoei-o, sem tirar os olhos de papéis e processos que despachava. Convoquei como manda o regimento, a Dra. Alexandra Szafir para assumir a tribuna da defesa. Era um caso de execução penal. Dei-lhe a palavra, ainda absorto com os documentos sobre a mesa. Primeiro, foi a voz, o timbre, o tom que chamaram especialmente a atenção. Levantei os olhos em ato reflexivo e dei com uma mulher jovem, morena cabelos compridos jogados com cuidado e discrição sobre a beca.