Bob Briggs é um roteirista de Hollywood às voltas com problemas amorosos. Ao expor a vida conturbada ao amigo e confessor, em passeio pelos estúdios, ambos quase são atropelados por um caminhão que carrega roteiros recusados pela indústria cinematográfica, a caminho da incineração. Depois de uma curva brusca, meia dúzia de roteiros é atirada para fora do veículo, espalhando-se pela rua. Por curiosidade, a dupla começa a ler os textos. E um em particular desperta a atenção dos dois: chama-se 'O macaco e a essência', escrito por um certo William Tallis. Instigados pela temática, saem à procura do autor da obra. A busca é infrutífera e o que se segue é a apresentação do roteiro na íntegra: um filme que conta a história do mundo pós Terceira Guerra Mundial, destruído por bombas radioativas, e da expedição de redescobrimento dos Estados Unidos no século XXII, dominado por babuínos. Na obra crítica mordaz aos rumos da ciência e da civilização do século XX nada escapa à metralhadora giratória de Huxley. Para ele, não há ideologia que não rotule e aprisione o homem, enquanto a ganância parece se apropriar do avanço científico. Publicado originalmente dezesseis anos após 'Admirável mundo novo', 'O macaco e a essência' reafirma a genialidade e o tom apocalíptico de Huxley, sempre implacável com a força destrutiva que o ser humano é capaz de liberar.