O que há de mais familiar que o tempo? Ele está em toda parte, estampado nos relógios que consultamos distraídos. Volta e meia, ouvimos que "o tempo dirá", que é preciso "dar tempo ao tempo". E não há quem não sinta na própria carne a sua passagem, a sua fuga. Ele pode nos inspirar saudade do que já foi, apreensão ou esperança pelo que virá - mas, na vida cotidiana, essa evidência do tempo parece furtá-lo a nossa curiosidade. E, contudo, basta começar a fazer perguntas - perguntas simples, como as que formula o físico e filósofo Étienne Klein - para que essa obviedade caia por terra e nos deixe diante do mistério do tempo. O que há de mais familiar que o tempo? Ele está em toda parte, estampado nos relógios que consultamos distraídos. Volta e meia, ouvimos que "o tempo dirá", que é preciso "dar tempo ao tempo". E não há quem não sinta na própria carne a sua passagem, a sua fuga. Ele pode nos inspirar saudade do que já foi, apreensão ou esperança pelo que virá - mas, na vida cotidiana, essa evidência do tempo parece furtá-lo a nossa curiosidade. E, contudo, basta começar a fazer perguntas - perguntas simples, como as que formula o físico e filósofo Étienne Klein - para que essa obviedade caia por terra e nos deixe diante do mistério do tempo. Que espécie de coisa é o tempo, que não se deixa ver nem tocar como uma outra coisa qualquer? Como é possível medi-lo, se ele nunca está inteiramente aqui, à mercê dos nossos instrumentos? Se o tempo passa, então o que o faz passar, qual é o seu "motor íntimo"? E como explicar que ele esteja sempre presente, igual a si mesmo, quando tudo o mais muda e passa? Mas o tempo é sempre o mesmo, desde o começo de tudo, com o Big Bang? Mas será que houve mesmo uma origem de tudo e, portanto, do tempo? Cheio de verve e generosidade, "O tempo que passa (?)" é um passeio por essas e outras questões, bem como um convite a contemplar a fundamental estranheza do universo e da nossa condição temporal.