Como um romance policial, cheio de conspirações, lances inesperados e pitadas de sarcasmo e humor, este livro desvenda a literatura difamatória da França e mostra como ela contribuiu para a Revolução.A calúnia, a difamação e a maledicência floresceram como nunca na França do século XVIII. Antes da Revolução, publicações anônimas, denominadas libelos, desafiavam a censura ao combater o despotismo crescente do governo, cada vez mais distante do homem comum. Ante o risco de passarem o resto de seus dias nas celas da Bastilha, os criadores desse submundo literário se refugiaram em diferentes capitais europeias. Em Londres, estabeleceu-se uma verdadeira linha de produção incluindo escritores, livreiros e distribuidores que recorriam a caminhos tortuosos pelos quais os libelos chegavam ao continente, onde eram consumidos por um público ávido por ter acesso às intrigas e à imoralidade que reinava nos subterrâneos do poder. "O Diabo na Água Benta" é um dos libelos mais corrosivos da sua época.