Feminicídio e psicanálise – uma questão atual, é uma leitura do rasgo. Sendo mulher, experimentar esse encontro foi lançar-me à costura daquilo que dói, quando ressalta ao toque. Da letra. Do autoral. Do ato. Ao receber o convite para escrever sobre este livro, eu sabia que o caminho das palavras me faria sentir estranha – em casa. Pois o feminino reconhece os mantos que a violência encobre desde a nomeação da sua delicadeza e dos seus enigmas. Sob a égide de ser no feminino aquilo que escapa e aponta para o Real, dei início à leitura interessada na confirmação da impotência da mulher e nas estatísticas desses (des) acontecimentos da palavra no feminicídio. Pensei que ouviria o grito delas e o descaso deles. No entanto, o livro nos diz de um universo mudo para agressores e vítimas. Psicanálise e feminicídio circunscreve o amor e o ódio, de maneira a demonstrar que é na ambivalência que o sujeito sustenta sua relação amorosa