Como um exímio leitor de borges, o escritor mineiro (que é também arquiteto) cria um universo ficcional valendo-se das potencialidades de uma imaginação que não prescinde da engenhosidade da linguagem. Dados toponímicos, referências históricas e datas precisas que garantem a plausibilidade dos fatos misturam-se a relatos oníricos e aos desvios delirantes da razão de quem vive e narra os acontecimentos. O enredo é simples e complexo ao mesmo tempo: nos arquivos do ministério de defesa francês, um historiador franco-argelino encontra, em 1979, um relato atribuído a seu pai um tenente participante de uma expedição militar enviada à argélia, em 1961 sobre uma prodigiosa fortaleza na área ocidental do deserto do saara. Nessa edificação, ele e o coronel, seu comandante, ingressaram quando buscavam os oficiais desaparecidos numa primeira missão à região, dias antes. Trata-se de uma cidadela com peculiaridades insólitas, já que os limites de suas muralhas abrigavam uma espécie de [...]