O erotismo, de um lado, e a pesquisa de formas literárias, do outro, são recorrentes na obra de Philippe Sollers. Aqui, ele faz um amálgama deste seu duplo interesse ao escrever sobre Sade frente à Revolução Francesa. Na primeira parte do livro há um ensaio-homenagem chamado 'Sade no tempo'. Já na segunda parte, constituída pela longa carta destinada ao cardeal de Bernis exilado em Roma, Sade denuncia com veemência a ideologia neo-religiosa da Revolução Francesa - o culto de Ser Supremo. A carta, até então inédita, já esteve em poder de Apollinaire, do escritor Maurice Heine e do editor Gilbert Lely, este último proibindo que fosse editada antes do bicentenário da Revolução Francesa.