Este estudo visa contribuir com o debate sobre as persistentes assimetrias de gênero, enfocando a paternidade como uma possível porta de entrada dos homens no trabalho doméstico e de cuidado, dentro de uma conjugalidade mais parceira e equitativa. Optou-se pela pesquisa qualitativa, na qual 28 pais heterossexuais em união estável, com filho em idade pré-escolar frequentando escolas públicas e privadas, foram entrevistados. Todos, de alguma maneira, demonstraram ser participativos. Entre os principais resultados, constatou-se que os entrelaçamentos dos arranjos e interações cotidianas dos casais de duplo emprego e duplo cuidar com as formas de ser pai são diversos e dinâmicos, refletindo as negociações, conflitos e cooperações parentais. Podem também se alterar conforme as circunstâncias da vida, como, por exemplo, o desemprego de um dos cônjuges. Para evidenciar as peculiaridades dessa diversidade, os entrevistados foram agrupados em perfis/modelos, que não são fixos e [...]