Um drama impregnado de profundo lirismo Nesta novela lapidar, Eduardo retorna, depois de uma longa ausência, para sua terra natal, a cidade fictícia de Abarama. Prestes a sumir do mapa devido a uma barragem que vai alagá-la, Abarama é praticamente um cemitério de almas e casas abandonadas. Escrito com apurada técnica narrativa, Depois do último trem é tributário de Juan Rulfo quanto ao tema e de Kafka quanto ao registro realista e linear usado para tratar de uma situação ­absurda. Aproxima-se da melhor literatura fantástica ao abordar o desespero do personagem frente a uma realidade estranha aos seus sentimentos. Trata-se de um grito desesperado e impotente diante do mundo e da passagem do tempo, contrariando a natureza do ser humano, que, em meio a perdas, numa paisagem desolada, teima, insiste e continua esperando pelo último trem, que há muito já passou.Um drama impregnado de profundo lirismo Nesta novela lapidar, Eduardo retorna, depois de uma longa ausência, para sua terra natal, a cidade fictícia de Abarama. Prestes a sumir do mapa devido a uma barragem que vai alagá-la, Abarama é praticamente um cemitério de almas e casas abandonadas. Escrito com apurada técnica narrativa, Depois do último trem é tributário de Juan Rulfo quanto ao tema e de Kafka quanto ao registro realista e linear usado para tratar de uma situação ­absurda. Aproxima-se da melhor literatura fantástica ao abordar o desespero do personagem frente a uma realidade estranha aos seus sentimentos. Trata-se de um grito desesperado e impotente diante do mundo e da passagem do tempo, contrariando a natureza do ser humano, que, em meio a perdas, numa paisagem desolada, teima, insiste e continua esperando pelo último trem, que há muito já passou.