_________Continuando o caminho aberto em seus dois livros anteriores de poesia – Deus está dirigindo bêbado e nós estamos presos no porta-malas (2019) e Poemas para a noite dos mortos-vivos (2020) –, Andityas Soares de Moura Costa Matos aprofunda uma imprevisível e algumas vezes cômica viagem entre os retalhos do que um dia pôde se chamar Brasil, território hoje dominado por um bovinismo boçal, arrogante e suicidário. Nessa perspectiva, o poeta inventaria cuidadosamente os absurdos da condição atual do país, que bem poderiam ilustrar um bestiário medieval se não fossem tão inegavelmente kitsch, bandeira e lema dos canalhas governantes cujas taras e neuroses parecem comprimir o cérebro de todos aqueles ainda capazes de pensamento.