'Empréstimo de ouro - cartas de Machado de Assis a Mário de Alencar' acompanha o escritor em seus últimos anos, quando Machado de Assis construía uma obra sem precedentes na literatura brasileira e uma trajetória de homem público respeitável. A obra revela a elegância de sentimentos com que, esquecido de si, velho e doente, Machado passa bom tempo, do período que vai de 1902 a 1908, empenhado em atender às fragilidades do amigo mais moço, amparando-o, conduzindo-o, confortando-o. As cartas funcionam como pequenas narrativas, trazendo à tona, além do desprendimento de quem as escreve, um sem-número de situações e episódios sempre externos a Machado de Assis que, dessa forma, mantém intacta a discrição em torno da esfera privada. Mostra também hábitos e costumes de um tempo diferente, quando o texto manuscrito reinava como forma de comunicação, os bondes eram puxados a burros, a indumentária, extremamente composta e a polidez, um valor.