Um livro de poesia não tem por que ser dissecado, pois extravasa em semântica e forma. Porém, de alguma maneira, deve-se apresentá-lo ao leitor. De primeira, talvez seja eficiente denunciar que existe em Tudo se distingue além da fruta uma pequena organização, uma maneira de desmembrar o que se vê e o que se sente, com efeito de detecção do mundo. Em contraposição, há um segundo elemento, para o qual a atenção é imprescindível, que é a fluidez da narrativa. Lana Ruff apresenta a natureza em si, suas aparições de fauna, flora e o que mais há de se encontrar por aí uma composição plástica arrebatada de surpresa. Com o seu olhar subjetivo, partimos então para uma observação atenta de quem percebe e do que se percebe. E lá vamos nós, alinhando informações, sistematizando pensamentos. Seguimos como num passeio e, nele, observamos ainda outro aspecto da natureza que nos é trazido pela autora: as situações provocadas pela ação humana. Às vezes soltos e fluidos, como se sentir e escrever(...)